Ouça todo o terror de Lovecraft em audiolivros nacionais (grátis)

Howard Phillip Lovecraft foi um escritor particularmente prolífico no início do século XX, que morreu cedo e deixou órfãos uma quantidade imensa de amantes da literatura de terror. No entanto, sua obra marcou para sempre os gêneros do terror e da ficção-científica, apesar do reconhecimento ter sido póstumo.

Nos últimos meses, sabe-se lá por quê, uma série de ótimos podcasts acabaram chegando à meus ouvidos sobre o escritor e sua obra. De fato, os mais interessantes foram o apresentado pelo Marcelo Dior, no Vozes da Terceira Terra, e o papo mais descontraído do Jovem Nerd – que eu considero já conhecido por todos.

Além disso, na tentativa de encontrar uma imagem para ilustrar esse post, acabei tropeçando em uma história em quadrinhos gratuita baseada em um conto de Lovecraft, que eu não sei se é boa mas pode valer à pena – e de graça, até injeção.

Por fim, o link que estou enrolado pra dar, cortesia do sitelovecraft.com (que vai lançar um livro de contos selecionados) e de Lauriston Trindade, contos do autor em formato de áudio, pros que preferem parecer descolados no metrô fingindo que ouvem música quando na verdade estão lentamente enlouquecendo.

Cthulhu f’taghn, lembrem-se bem!

Se o jogo toma as rédeas e você se sente ofendido, com quem você reclama?

Se você procurar bem – ok, não tão bem assim – vai encontrar um certo mod de Half-Life 2, totalmente gratuito, chamado The Stanley Parable. Se você ainda não jogou, sugiro que a situação seja remediada o mais rápido possível, especialmente por que ele pode ser terminado em menos de meia hora. Se jogou, vai se lembrar de que trata-se de um jogo em primeira pessoa, onde um narrador lhe ludibriava repetidamente, tentando convencê-lo de que você tinha a liberdade total para fazer o que quisesse, o que era uma completa mentira.

Esse jogo levantou – diabos, foi tão pouco falado que ainda levanta – uma imensa discussão sobre narrativa, a falta de narrativa, a ilusão que os jogos tentam passar de oferecer escolhas, a desesperança que temos quando deixamos o manto do herói e somos transformados em meras marionetes de uma narrativa – o que, se pensarmos bem, sempre acontece em certa medida –  e mais um monte de outros sentimentos e loucuras que batem na nossa mente quando somos apresentados à uma proposta completamente diferente em um meio ao qual estamos acostumados. The Stanley Parable parece muito simples, mas é inegavelmente complexo em sua simplicidade e garante uma experiência única para cada pessoa. Foi difícil engolir certas verdades, mas me tocou profundamente na época.

No entanto, nem todos entendem uma mensagem assim, então o estúdio responsável – acredito que se trata de um cara só – resolveu fazer piada com as respostas que receberam, chamando o incrível personagem “The Narrator” – e seu incrivelmente talentoso ator – para responder aos comentários. O resultado é tragicômico:

No vídeo, o narrador responde ao email de Raphael – que, por algum motivo, eu acho que é brasileiro, posso estar redondamente enganado. No email, o rapaz fala sobre como os jogos são sobre “sentir-se poderoso” e “fazer coisas que eu não posso fazer na vida real”, até chegar na máxima de que “no final do jogo, achei que não cumpri nada relevante”. Todos os argumentos seriam válidos se o jogo estivesse tentando cumprir qualquer objetivo parecido com o que temos como jogos eletrônicos nos dias de hoje. Ou seja: se The Stanley Parable estivesse preocupado em desenvolver uma narrativa clássica, focado em entreter seu jogador e deixá-lo satisfeito, todos os argumentos valeriam. O problema é que o jogo não está preocupado com isso, ele quer te deixar inquieto e pensativo, quer te mostrar alguma coisa – que, no final, só você vai saber o que é – que não é explícita, que não está te mostrando o caminho fácil, por que é isso que a arte precisa fazer conosco. Se você quer que as pessoas pensem, não adianta entregar um “grande manual de regras”, elas não vão ler isso. Pior: elas podem ler e não apreender conhecimento nenhum. Criar uma experiência pessoal e imaginativa é tão errado assim?

Enfim, vale a inscrição.

[There is a google translated version in english for foreigners, it’s badly translated though: http://tidypub.org/ohvSs]

VL : Cobertura – Cine-debate durante o ENEArte 2012 / Jogue o Duplo e HU

Durante o Encontro Nacional de Estudantes de Arte (ENEArte) desse ano, estão acontecendo ciclos de debates e palestras sobre diversos assuntos ligados ao mundo das artes, desde performances até filmes, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Eu acabei cobrindo o trabalho apresentado pela minha namorada, a graduanda Mariana Rocha, que fez uma dupla com a também graduanda Nathalie Tesch. As duas criaram a proposição Jogue o duplo, onde convidam outros alunos e visitantes a criar e jogar seu próprio “duplo” – uma espécie de escultura feita de plástico moldada no próprio corpo – ao invés de jogar a si mesmo, trazendo à tona a discussão sobre o suicídio e a depressão. A proposição conta com um vídeo, que foi mostrado antes do debate começar.

Ao lado da dupla, a doutoranda e fotógrafa Joana Traub Csekö, que co-produziu o documentário HU, focado na história do edifício em que o hospital universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ficava. Durante muito tempo, metade do edifício permaneceu interditado, até ser demolido no ano passado. Ambas, a dupla de graduandas e a doutoranda, discutiram a relação da arquitetura com a vida cotidiana, tema recorrente nas duas obras.

[Créditos musicais: Gnossiene 1, composto por Erik Satie, cortesia do intérprete Nikolay_G]

[ATUALIZAÇÃO]
Essa é a gravação do dia 26/07, onde Mariana Rocha e Nathalie Tesch continuaram a discussão após a exibição de alguns curtas.

Godmode: Um podcast hilário e nacional (finalmente!)


Eu não costumo postar dicas de podcasts nacionais, principalmente porque ouço poucos mesmo. Mas sempre tem aquele que é especialmente incrível em qualidade e desenvoltura. No Godmode, a regra é aquela conversa legal entre amigos, onde você fala sobre jogos e conta histórias da sua jogatina. Cada integrante (são seis residentes, fora possíveis convidados) tem seus próprios gostos e, muitas vezes, discordam bastante, o que é tanto divertido – pois os caras ficam tirando sarro um do outro – quanto informativo, do ponto de vista de várias opiniões diferentes sobre o mesmo assunto.

Aliás, os caras são do Rio, o que é mais um indicativo de que a cidade produz bons podecasters (além das estrelinhas da podosfera, o Matando Robôs Gigantes e o Nerdcast). Só uma dica: não é indicado à pessoas especialmente sensíveis à linguagem chula – não é o meu caso, mas existe gente que não curte.

[Curiosidade interessante: a galera toda trabalha como desenhistas e trabalharam no desenho animado do Sítio do pica-pau amarelo]

[Via Terceira Terra]

ContinueCast: Análises elaboradas de jogos clássicos

Para quem curte ouvir uma galera bem humorada falar sobre retro games, fica a dica do excelente ContinueCast. Todo o episódio, os três âncoras do magnífico programa “Continue?” analisam um jogo clássico do Super Nintendo, Mega Drive e do Nintendinho, contando com a participação de seus ouvintes.

Eu me divirto muito com o estilo dos caras, e o programa deles tem momentos épicos demais. Vale inscrição.

Miasma, no Desura

Testei o demo de Miasma essa semana. Existem, como em qualquer jogo independente, alguns errinhos aqui e ali. O combate poderia ser mais fluido, alguns comandos menos truncados etc. No entanto, é um jogo de estratégia por turnos no melhor estilo Final Fantasy Tactics – o que me faz pensar que valeria um novo tactics mais ou menos assim – e Tactics Ogre. Eu, pessoalmente, curto bastante o estilo, e gostei bastante do sistema.

Apesar da história ter pouco potencial – nada muito novo, na verdade – pode acabar vingando. O jogo está disponível na plataforma independente de publicação Desura, à 6 reais e uns quebrados. Vale baixar o demo e descobrir do que se trata, mas amantes do gênero podem encontrar uma boa dose de TBS (Turn-Based Strategy) aqui. Aliás, bom lembrar que tem uma boa trilha sonora, que gruda na cabeça e não cansa (muito importante em jogos desse tipo).

Uma rede social para aficcionados pelo Epaço Sideral

Encontrei um interessante site chamado Fragile Oasis, uma espécie de rede social para quem curte saber mais sobre os experimentos feitos na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e sobre tudo o que tem a ver com astronautas e o espaço sideral. Ela foi feita sob medida para cadastrar projetos educativos e sociais, vinculando a importância de nosso planeta nas pesquisas realizadas na ISS.

Segundo o próprio site, outro dos objetivos do Fragile Oasis é “dar às pessoas a oportunidade de experimentar a vivência e o trabalho no espaço através das experiências da tripulação que está vivendo e trabalhando na Estação Espacial Internacional, não apenas como espectadores, mas também como companheiros da tripulação”. É um objetivo nobre, e todos sabemos como a exploração espacial está passando desapercebida pela mídia.

Seriam os jogos metáforas para cada situação de nossas vidas?

Screenshot de TDCreeps, um Tower Defense online

A atriz Lisa Foiles escreveu um artigo muito interessante no Kotaku americano sobre como nossas experiências com jogos eletrônicos podem ser comparadas com as maneiras como agimos em determinadas situações.  O artigo intitulado “Jogos de tower defense como uma metáfora psicológica” (Tower Defense Games As a Psychological Metaphor) faz essa comparação com um tipo de jogo muito comum nos portais de jogos em flash, como o Newgrounds e o Kongregate. A autora primeiro conta sobre uma condição psicológica faz a vida dela um pouco mais difícil: ela tem uma paranóia constante com a percepção que as pessoas têm sobre sua imagem – um problema até comum atualmente – e fica nervosa em demonstrar determinados comportamentos pelo velho pavor que persegue muitos adolescentes. Afinal, “o que vão pensar de mim“? Continuar lendo

Digital: A Love Story. Histórias de amor combinam com jogos eletrônicos?

Utilizando a linguagem do “usuário de computador em uma máquina antiga”, a desenvolvedora independente Christine Love criou há dois anos essa história, que se desenvolve de forma epistolar por emails e pelos extintos Bulletin Board Systems (BBSs). Além dessa maneira bastante incomum de contar essa história, a autora lança mão do meio para fazer uma homenagem às antigas estruturas que formavam a atual internet, com direito a barulho de modems dial-up e contagem de HD na casa dos kilobytes. O aspecto é visivelmente inspirado nos computadores Macintosh de outrora, e existe uma representação interessante do protagonista, sem uma imagem ou personalidade muito bem definidas.

No entanto, esse protagonista é tão ambíguo que acaba revelando-se uma faca de dois gumes: por um lado, garante que o jogador mantenha-se sempre em contato com seu avatar, sentindo-se parte da história, por outro lado, descamba para uma interação pobre, prejudicada pela mecânica de respostas pré-determinadas invisíveis para o jogador. É um ponto negativo que prejudica a narrativa, mas não impede que você aproveite a história – que é curta, aliás – e entre em uma estranha aventura no ano de 1988.

Esse jogo é gratuito, e você pode encontrar mais detalhes sobre o desenvolvimento dele e sobre outras obras da autora no blog dela.

As histórias musicais de Mitsuda

(fonte: site oficial)

Talvez um dos maiores compositores de trilhas sonoras, Yasunori Mitsuda é um compositor minimalista e incrivelmente talentoso, que tece narrativas com o poder puramente da música instrumental. Com trilhas sonoras de jogos eletrônicos clássicos como Xenogears, Chrono Trigger e sua continuação Chrono Cross, o compositor tem também um trabalho solo muito interessante, como em kiRite, que desenvolve um lado bastante emocional e suave, marca de suas composições em Chrono Cross.

Mitsuda é um verdadeiro gênio, mas não tem trabalhado muito no saturado mercado de jogos eletrônicos que não parecem ter tempo para reflexão e emoção que tanto parecem inspirar o trabalho de Mitsuda. Resta ouvir o excelente trabalho do cara.

Aliás, quem quiser me adicionar no excelente player social Tomahawk:
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